Tomismo contra o Design Inteligente desde William Paley. Filosofia da natureza Católica contra o Design Inteligente

Apoteose de S. Tomás perante
os Santos Doutores da Igreja
S. Tomás de Aquino, doutor Angélico, rogai por nós!

Extraído de: "O Príncipe dos Cruzados" (volume II, 2a edição).


Este artigo faz parte da série sobre erros relativos à ordem do universo, que se esbarram, no mínimo, em heresias, segundo a doutrina católica tradicional e sua metafísica. Veja mais:

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Geocentrismo defendido pela Igreja Católica, Sagrada Escritura, os Padres e Doutores da Igreja e revelações privadas ---
parte histórica --- parte científica

Partindo do conceito de que o partido da direita é o de Jesus, e o da esquerda, das trevas, conforme São Luís Grignion de Montfort e outros expuseram (clique aqui) podemos dizer que o movimento do Design Inteligente (DI) é uma espécie de falsa-direita da ciência na biologia, que também entra em outros campos. Normalmente uma falsa-direita apresenta as seguintes características: adeptos de outras religiões, abertura até ao panteísmo, falsas soluções ao seu suposto inimigo (o darwinismo), aceitação de teses do seu oposto (no caso, novamente, do darwinismo) seja por convicções ou por aceitar princípios. Assim, o DI em relação ao darwinismo é uma falsa-direita, isto é, uma falsa solução.

Características

1. Anti-teleologia tomista

2. Premissas tomistas disfarçadas, conclusões não tomistas

3. Argumentos de probabilidade, não de certezas

4. Abre espaço ao Deus dos ocultistas e maçons

5. O Deus do DI não é o da Igreja

1. Anti-teleologia tomista

Para mostrar isso usamos muito do artigo do tomista Edward Feser [1]. O filósofo americano nos mostra que a teleologia tomista e escolástica, a da Igreja, reconhece a existência de finalidade nas coisas naturais de modo imanente, mas também reconhece que elas não poderiam ter sua natureza as dirigindo para um determinado fim senão por uma inteligência Divina ordenadora. S. Tomás de Aquino explica:

"A quinta via é tomada do governo das coisas. Com efeito, vemos que algumas coisas que carecem de conhecimento, como os corpos físicos, agem em vista de um fim, o que se manifesta pelo fato de que, sempre ou na maioria das vezes, agem da mesma maneira, a fim de alcançarem o que é ótimo. Fica claro que não é por acaso, mas em virtude de uma intenção, que alcançam o fim. Ora, aquilo que não tem conhecimento não tende a um fim, a não ser dirigido por algo que conhece e que é inteligente, como a flecha pelo arqueiro. Logo, existe algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas ao fim, e a isso nós chamamos Deus" [2].

Três observações se fazem necessárias: 1 - "Isso" que "nós chamamos Deus", é provado em uma segunda fase do argumento, disposta no final do artigo. 2 - Entende-se "sempre ou na maioria das vezes", como um reconhecimento da existência de chance, através dos acidentes que ocorrem na natureza. O argumento não é "tudo tem uma causa final". 3 - No trecho abaixo se vê mais claramente que S. Tomás não entende a finalidade como unicamente presente nesse "algo inteligente pelo qual todas as coisas naturais são ordenadas ao fim", porque ele parte da observação da natureza das coisas, ele observa a "ordenação nas coisas criadas":

"Além disso, segundo o Filósofo, pertence ao sábio ordenar (I Metafísica 2, 982a; Cmt 2, 41ss), pois não é possível a ordenação nas coisas criadas senão pelo conhecimento da relação e da proporção das coisas a serem ordenadas e destas entre si e com algo superior, que lhes é o fim, pois a ordem das coisas entre si é constituída segundo a ordenação das mesmas para o fim. Ora, conhecer as relações e as proporções das coisas entre si é próprio de quem possui intelecto, como também julgar de algumas coisas pela causa suprema é próprio da sabedoria. Sendo assim, é preciso que toda ordenação se faça pela sabedoria de alguém inteligente" [3].

Ora, a principal referência do movimento do Design Inteligente (DI) é William Paley, protestante do século XVIII e XIX. Paley foi quem concebeu o argumento famoso do "relojoeiro" para explicar a existência de Deus através da natureza, o qual foi criticado por muitos darwinistas posteriormente, a ponto de alguns adeptos do darwinismo como Richard Dawkins afirmarem que Paley repetia um argumento antigo, já proposto por S. Tomás de Aquino, o que é falso, como mostraremos.

Paley pensava que, apesar de acharmos normal que uma pedra encontrada pelo caminho possa ter estado lá desde sempre, nós não podemos razoavelmente pensar o mesmo de um relógio descoberto no mesmo lugar. O relógio tem partes que estão evidentemente arranjadas com um propósito, e se fossem suas partes diferentes, ou arranjadas de modo diferente, não poderiam servir a esse propósito. Então, concluímos que um artífice ou artífices formaram o relógio. "Toda indicação de invenção, toda manifestação de design, que existe no relógio, existe nas obras da natureza, com a diferença, no lado da natureza, de serem superiores e maiores, num grau que excede toda computação" [4]. Assim, o mundo natural exibe "prova de design, e de um projetor criador" [5]. 

Um dos principais defensores do DI, Stephen Meyer, argumenta como a simulação dos algoritmos evolutivos exibe teleologia extrínseca, tão somente. Ele cita a simulação feita por Richard Dawkins e Bernd-Olaf Kuppers com o uso de computador, em que uma frase era o objetivo final: "Me thinks it is like a weasel", tirada da peça Hamlet, de Shakespeare. O computador gerava uma sequência alfabética do mesmo tamanho da frase desejada, depois, um conjunto de sequências variadas aleatórias. Em seguida, o computador escolhia as sequências do conjunto que se aproximavam mais da frase desejada, sob o que Kuppers chamou de "Princípio de otimização darwinista". O computador preservava essas sequências, ampliava sua produção, eliminava as outras (para simular a reprodução diferencial), e repetia o processo. Após quarenta e três gerações o computador produziu a frase desejada.

Muitos tomistas já notaram que o darwinismo está imbuído de teleologia, e não há como escapar disso. Essa simulação é só mais uma prova não somente da teleologia aristotélica, mas da escolástica. Se o computador não incluisse o algoritmo, ou seja, a finalidade para onde tende, não alcançaria seu objetivo tão rápido. Por outro lado, sabe-se que o computador, por não ser inteligente, não consegue colocar em si tal finalidade, da onde é necessário que esta venha de uma inteligência: os pesquisadores.

Porém, Meyer não acredita que exista finalidade imanente, pois diz: "tais simulações impressionam de uma distância, mas elas contêm uma falha óbvia: moléculas in situ não tem um alvo "em mente". Na biologia, onde sobrevivência diferencial depende da manutenção da funcionalidade, a seleção não pode ocorrer até sequências funcionais surgirem" [6]. A observação de Meyer sobre objetos sem inteligência não terem um alvo "em mente" é uma óbvia dor de cabeça nos darwinistas, que não sabem explicar, porque não acreditam em causas finais. Por outro lado, o defensor do DI nota a falha para sustentar outra em lado oposto, negando haver na molécula uma finalidade. Já o tomista sustenta que essa finalidade existe, por existir finalidade em pelo menos cinco níveis: causas básicas regulares, processos inorgânicos complexos, fenômenos biológicos básicos, vida animal, e na ação e pensamento humano.

Portanto, a posição de Meyer, o filósofo mais conhecido dentre os defensores do movimento, é uma posição teleologicamente anti-tomista. Sua argumentação impacta porque nota o escancarado problema da finalidade no raciocínio darwinista, e o fato destes negarem (como Meyer) essa finalidade intrínseca a algo sem inteligência. Em outro exemplo, ele cita a simulação de algoritmo chamada Ev, criada por Thomas Schneider, para argumentar que ela "novamente simula uma previdência direcionada ao alvo que a seleção natural não possui (...), ela transmite informação baseada no conhecimento que Thomas Schneider, e não que a seleção natural ou o ambiente, transmitiu ao simulador Ev" [7].

Outra das figuras principais do DI, William Dembski, diz claramente que a teleologia da idéia é anti-tomista: "a arte de fazer estátuas não está na pedra em que a estátua é feita (...) assim também, a teoria do design inteligente afirma que a arte de construir a vida não está na coisa física que constitui a vida mas requer um designer" [8]. Esse matemático, em seu filtro explanatório pelo qual pretende distinguir o que é causado por design, afirma que se um evento é devido a causas regulares, não se pode atribuí-lo ao design. Enquanto isso, o tomista observa o simples "fato de que, sempre ou na maioria das vezes, [certas substâncias naturais] agem da mesma maneira" isto é, por causas regulares se prova a existência de causas finais. 

2. Premissas tomistas disfarçadas, conclusões não tomistas

O DI apresenta certos sistemas ou coisas naturais carregadas de ordenação e harmonia, mas que são elas mesmas desprovidas de inteligência. Ora, essa constatação faz parte do argumento Tomista da Quinta Via, como mostramos acima, que diz que "não é possível a ordenação nas coisas criadas senão pelo conhecimento da relação e da proporção das coisas a serem ordenadas e destas entre si e com algo superior, que lhes é o fim, pois a ordem das coisas entre si é constituída segundo a ordenação das mesmas para o fim".

Contudo, ao invés de seguir o raciocínio na questão da finalidade imanente na natureza, porque recusam esta mesma, partem para argumentar sobre a complexidade, com exemplos que deixam a pessoa exausta de tanta informação, e talvez deslumbrada com a harmonia.

O defensor do DI normalmente segue esta linha de raciocínio:

1. Há uma ordem em certas substâncias naturais.
2. Há ausência de prova de que originam de algo natural e a probabilidade baixa de que haja essa origem.
3. Essas substâncias não são inteligentes.
4. Logo, a causa é devida a um designer inteligente que pode não ser Deus (o DI não entra se aprofunda na característica deste designer).

Como vimos, o tomista usa de 1 e de 3, mas no lugar de 2 nota o fato: elas agem sempre ou quase sempre (por causa dos acidentes) para certo fim. A conclusão é metafísica e defende que essas coisas naturais são direcionadas ao seu fim por um ser inteligente que há de ser Deus (provado em posterior argumentação). 

Um exemplo do uso da premissa 1 é a "complexidade especificada" de Dembski, a qual reconhece padrões na natureza, os quais nada mais são do que as ordens e relações que S. Tomás indicou, como vimos, com a diferença que para o Doutor da Igreja elas podem ser encontradas em causas regulares também, e não só na "baixa probabilidade de um evento" [9].

3. Argumentos vagos ou de probabilidade, não de certezas

A probabilidade também está presente em toda a argumentação de Paley, inspirador do DI: ele apela em seu livro principal ao que é "provável", para a "probabilidade" ou "improbabilidade", diversas vezes ao longo de seu argumento [10]. Ele diz que "algum grau de complexidade é necessário no objeto para torná-lo apto neste tipo de argumento" [11]. Por isso ele descreve vários processos biológicos da natureza, dos mais complexos, para usar com o ateu "um argumento cumulativo" [12]. Daí o interesse em probabilidade e complexidade do movimento do DI.

Um dos exemplos é a complexidade irredutível proposta por Michael Behe, definida por: "um sistema único que é composto de várias partes que interagem e contribuem para a função básica, e onde a remoção de qualquer uma das partes faz com que o sistema efetivamente pare de funcionar" [13]. Essa afirmação é na realidade filosófica, assim como são muitas teses darwinistas. A função básica é a função exercida pela qual o sistema é conhecido, ou seja, faz parte de sua essência como substância composta. Portanto, Behe fala que se se tira algo da essência de uma substância natural ela não age mais. No entanto, ela é conhecida por ser o que é pela sua operação, como a maior parte das coisas biológicas. Podemos aplicar também o raciocínio aos sistemas biológicos humanos, tirando partes fundamentais para seu funcionamento (por exemplo, o coração que serve de bomba ao sistema sanguíneo), ou para química, tomando o exemplo da água (H2O), pois se tirarmos o oxigênio deixa de ser água. Podemos aplicar até na matemática e na geometria, e em toda ciência baseada em certos princípios, os quais, retirados, deixariam de fazer funcionar essas ciências, que deixariam de ser o que são, obviamente.

Assim, o argumento de Behe é filosofia mascarada de biologia, assim como o darwinismo, de pano de fundo materialista. Ainda, ele argumenta com isso que não se pode chegar, por numerosas, sucessivas e pequenas modificações no sistema, via evolução darwinista, a esses sistemas complexos [14]. Behe quer com isso recusar a teoria da evolução darwinista, e provar a existência de um Designer Inteligente. Mas nada disso tem força, pois um sistema simples com finalidade de se complexar cada vez mais, ajudado por outros fatores, ou vírus, ou sistemas não conhecidos do passado que faziam certas funções biológicas, mas que sumiram com o decurso do tempo, tudo isso poderia facilitar o advento desses sistemas complexos. É claro que, muitas dessas hipóteses são impossíveis de provar, por necessitar de prova histórica. A ausência de prova não responde, mas também não refuta: tanto o darwinismo como o DI parecem ter problema em entender isto.

A probabilidade baixa pode ser resolvida com possibilidades incontáveis, em um universo infinito ou eterno, ou até mesmo só com suficiente tempo de existência para ter tempo para todas essas possibilidades. Inúmeras hipóteses para diminuir o tempo necessário para acontecer as probabilidades podem ser propostas. Com esse argumento o DI pode ser refutado por uma futura descoberta científica, que pode revelar (como fez no passado) um mecanismo pelo qual o que parecia irredutivelmente complexo, não o é. Quando isso acontecer veremos novamente um defensor do DI argumentando que esse mecanismo é obra de um agente inteligente, e de novo se repetirá a história com mais uma descoberta científica provando o contrário, ad infinutum.

Chega a ser desrespeitoso pensar que na biologia, Deus teria agido diretamente só para criar alguns sistemas complexos os quais são os menos interessantes e bonitos, como o flagelo bacteriano. Antes do DI não havia interesse nenhum do público nesses exemplos. Esteticamente, é um Deus de mau gosto na escolha dos lugares onde quer deixar suas marcas para fazerem os outros crerem. Isso é absurdo. Deus deixou sua marca em todas as coisas. 

4. Abre espaço ao Deus dos ocultistas e maçons

Prova disso são as palavras dos próprios aderentes do DI:

William Dembski: "A abertura metafísica do DI sobre a natureza da natureza implica uma abertura paralela sobre a natureza do Designer. Seria o designer um alienígena inteligente, um simulador computacional (como em "A Matrix"), um Demiurgo Platônico, uma Estóica razão seminal, um processo télico impessoal (...), ou o infinito pessoal e transcendente criador Deus do Cristianismo? Os dados empíricos da natureza não podem decidir. Mas isto não é dizer que o designer é anônimo. Eu sou cristão, assim a identidade do designer para mim é clara, pelo menos. Mas até identificar o designer com o Deus Cristão não é dizer que qualquer particular instância de design na natureza é diretamente obra de suas mãos" [15].

Michael Behe: "Primeiramente, quem fez o design? Após refletir por um minuto nós podemos ver que não temos informação para responder esta pergunta. Talvez tenha sido um inimigo seu ou um amigo; talvez tenha sido um brincalhão. Sem mais informações não podemos definir quem projetou (...). Uma segunda pergunta é: quando foi desenhada? Novamente, depois de pensar um pouco, nós vemos que não há informação suficiente para responder a esta questão" [16].

Outra forte evidência de que o DI não prova a existência de Deus é o número de ateus e agnósticos favoráveis à idéia, o que não aconteceria se a teoria provasse a existência de Deus. Exemplo disso é Bradley Monton, filósofo da ciência e ateu, autor do livro "Seeking God in Science: An Atheist Defends Intelligent Design".

5. O Deus do DI não é o da Igreja 

Acima, na argumentação do Doutor Angélico, depreende-se a existência necessária de Deus. Ora, a inteligência que S. Tomás alude deve existir aqui e agora, porque essas coisas ocorrem aqui e agora, e não em um ponto no passado. Essa inteligência não pode ser composta, porque precisaria ser atualizada por algo em ato, visto o composto ser uma mistura de ato e potência, e toda potência tender a algo, então teríamos novamente a questão do que a faz tender a algo, ou seja, do que a atualiza. Dessa questão teríamos uma série de causas que deve ser reduzida a um primeiro elemento ordenador necessariamente, dado que um regresso infinito é contra a existência da realidade por não ter primeiro membro, e cada elemento da série depende de seu ordenador direto. Esse primeiro elemento, para terminar a sequência, há de ser simples, como vimos, mas também: puro ato, daí teria a essência identificada com a existência (senão ele precisaria ter sua essência atualizada por outro), e com intelecção e inteligível igualmente identificados, porque a intelecção precisa ser atualizada ou direcionada para se compreender o inteligível. Outros atributos divinos podem ainda serem identificados, mas resumimos aqui.

Já o argumento do design inteligente, por negar a finalidade imanente nas coisas, esbarrando numa teleologia platonista, pode fazer a pessoa crer no ocasionalismo, opinião pela qual só Deus opera e acarreta os efeitos, opinião que pode levar ainda ao panteísmo, porque os objetos seriam meras representações da mente divina, e tudo que existe na realidade seria a atividade de Deus. É claro que muitos adeptos do DI negam isso, por acreditarem em causas eficientes, mas suas argumentações abrem espaço a isso.

Além disso, Paley apoia suas teses sob a analogia de um designer humano, um relojoeiro, sustentando assim um Deus antropomórfico. Não é só de Paley essa opinião, como mostramos, porque a teleologia é inteiramente fora da coisa em si, e portanto as substâncias naturais só agem em virtude de algo extrínseco, a modo de uma máquina. O mundo, então, seria mecanicista, mas esse mundo não é o mundo que o Deus da Santa Igreja criou.

Segundo Edward Feser, a incompatibilidade da quinta via de São Tomás com o argumento de Paley é também da opinião da maioria dos tomistas mais ativos no século XX. Alguns destes são citados [17]: Maurice Holloway, John F. McCormick, Cardeal Mercier, Joseph Owens, R. P. Phillips, Henri Renard, John Wippel, Benedict Ashley, Etienne Gilson, Herman Reith, Ronald Knox.

Um tomista explicitou bem o Deus do DI: "O Ser que tem a existência revelada para nós pelo argumento do design não é Deus mas o Grande Arquiteto do Deístas e Maçons, um impostor mascarado de Deus" [18].

Teses errôneas do Design Inteligente

- Todas ou algumas substâncias naturais foram criadas de modo análogo à criação de um artefato, como o relógio: juntando as partes que já possuíam uma finalidade específica. 

- A estratégia argumentativa do DI é chamar atenção, através de exemplos ilustrativos, para a finalidade que está imanente nas substâncias naturais, sem reconhecê-las como imanentes, ou seja, sem notar que é um argumento tomista escolástico, para depois afirmar conclusões alheias e muitas vezes contrárias ao tomismo.

- A probabilidade quase nula de que determinada ordem da natureza, ou mesmo esta, possa ser explicada por causas naturais é um argumento para a existência de uma inteligência criadora.

- O criador do DI não pode ser o Demiurgo, o Grande Arquiteto, o Deus dos deístas e Maçons.

- O criador que se encontra por trás do Design Inteligente há de ser o Deus Único e Trino da Santa Igreja Católica, dada a cosmo-visão no contexto do DI.


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[1] Neo-Scholastic Essays, St.Augustine's Press, 2015, "Between Aristotle and William Paley: Aquinas's Fifth Way", 7, pg.147-192.
[2] Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino. Pt.I Q.2, Art.3, São Paulo: Ed. Loyola, 2001. 
[3] Suma contra o Gentios, Livro II, Cap.XXIV, 3.
[4] William Paley, Natural Theology, Oxford University Press, 2006. Pg.16
[5] Ibid. Pg.40
[6] Signature in the Cell, HarperOne, 2010, Cap.13, Pg.282-284
[7] Ibid. Pg.284
[8] The Design Revolution, Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2004, pp.133-133.
[9] William A. Dembski, The Design Inference: Eliminating Chance Through Small Probabilities, Cambridge: Cambridge University Press, 1998, Pg.3
[10] Op.Cit. Natural Theology, pg.108, 135, 162, 167, 179, 201
[11] Ibid. Pg.199
[12] Ibid. Pg.45 
[13] Darwin's Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution, 1996, Free Press, Pg.39
[14] Behe, M. J. (2002) "The challenge of irreducible complexity." Natural History, 111(3):74. 
[15] "Does ID presuppose a mechanistic view of nature?", Uncommon Descent, April 18, 2010. Link: http://www.uncommondescent.com/intelligent-design/does-id-presuppose-a-mechanistic-view-of-nature/ 
[16] Science and Evidence for Design in the Universe, "Evidence for Design at the foundation of Life", Michael Behe, W.Dembski, S.Meyer, Ignatius Press, 1999, Pg.128.
[17] "Neo-Scholastic Essays", 2015, Metaphysics and philosopy of nature 3, Pg.57-58.
[18] Christopher F.J. Martin, "Thomas Aquinas: God and Explanations", pp.180-82 .